segunda-feira, 31 de março de 2014

Histórias Espíritas - Chico Xavier

 
O ano era 1997, numa terça-feira à noite. Quando chegamos para visitá-lo, ele contou-nos o seguinte caso: 
- Hoje minha mãe me apareceu e disse-me: "- Meu filho, após tantos anos de estudo no mundo espiritual, estou-me formando assistente social. Venho me despedir e dizer que não mais vou aparecer à você."
- Mas a senhora vai me abandonar? 
- Não meu filho. Imagine você que seu pai precisa renascer e disse que só reencarna se eu vier como esposa dele. Fui falar com a Cidália, sua segunda mãe, que criou vocês com tanto carinho e jamais fez diferença entre os meus filhos e os dela.

Ela contou-me que também precisa voltar à terra, então eu lhe disse: "- Cidália, você foi tão boa para meus filhos, fez tantos sacrifícios por eles, suportou tantas humilhações. 
Nunca me esqueci quando você disse ao João Cândido que só se casaria com ele, se ele fosse buscar meus filhos que estavam espalhados por várias casas,  para que você os criasse. Desde minha decisão de voltar ao corpo, tenho refletido muito sobre tudo isso e venho perguntar-lhe se você aceitaria nascer como nossa primeira filha?
 Abraçamo-nos e choramos muito.  Quando me despedi dela, perguntei-lhe:
- Cidália há alguma coisa que eu possa fazer por você quando for sua mãe? 
Ela me disse: 
- Dona Maria, eu sempre tive muita inclinação para a música e não pude me aproximar de um instrumento. Sempre amei o piano. 
- Pois bem, minha filha. Vou imprimir no meu coração um desejo para que minha primeira filha venha com inclinação para a música. Jesus há de nos proporcionar a alegria de possuir um piano. 
A essa altura da narrativa o Chico estava banhado em lágrimas e nós também. Mas continuou a falar de Dona Maria:
"- Seu pai vai reencarnar em 1997. Vou ficar junto dele por aproximadamente três anos e renascerei nos primeiros meses do ano 2000. "
- Mas a senhora já sofreu tanto e vai renascer para ser esposa e mãe novamente? 
- São os sacrifícios do amor. Até um dia meu filho. 
Neste momento, concluiu o Chico, também ela começou a chorar. 

Extraído do livro MOMENTOS COM CHICO XAVIER, de Adelino Silveira, ed. GEP 

sábado, 29 de março de 2014

Orixás de Umbanda/Candomblé - \Sobre/

Olorum/Olodumarè

 
O Senhor do Universo, da criação, da sabedoria. Senhor de tudo e de todos, o dono dos mistérios da vida e da morte. A bondade, a perseverança, a fé, a humildade, a caridade, o amor.



Oxalá/Osalá

  
Trono Masculino da Fé
Sincretismo: Jesus
Cor: Branco
Símbolo: Estrela de 5 pontas, a Cruz
Pontos da Natureza: Praias desertas, colinas descampadas, campos, montanhas, etc…
Flores: Lírios brancos e todas as flores que sejam dessa cor
Elemento: Ar
Saudação: Exêe, Epa Babá

 

Oyá

Trono Feminino da Fé
 Sincretismo: Santa Clara
Cor: Fumê, prateado, azul-escuro e preto e branco
Símbolo: Aspiral
Pontos da Natureza: Campo aberto no tempo
Flores: Flores do campo
Elemento: Ar
Saudação: Olha o tempo, minha mãe!


Oxósse/Osósse


Trono Masculino do Conhecimento
Sincretismo: São Gerônimo
Cor: Verde
Símbolo: Arco e flecha, penas
Pontos da Natureza: Matas
Flores: Plantas, ervas, flores
Elemento: Ar, vegetal
Saudação: Okê Arò



Obá

Trono Feminino do Conhecimento
Sincretismo: Joana D'arc
Cor: Magenta, vermelho e branco
Símbolo:  Espada, arco e flecha e escudo de cobre
Pontos da Natureza: A pororoca, rios de águas revoltas, beira da mata
Flores: rosas brancas, flores do campo, amor perfeito, rosas e palmas vermelhas
Elemento: Fogo
Saudação: Akirôo Obá Yê



Oxum/Osún


Trono Feminino do Amor
Sincretismo: Nossa Senhora Da Aparecida
Cor: Azul- Escuro, Rosa e Amarelo
Símbolo: Coração, cachoeira e abebé (espelho)
Pontos da Natureza: Cachoeira e rios
Flores: Lírio, rosa amarela.
Elemento: Água

Saudação: Ora yêyê ô
 
 
Oxumaré/Osúmarè

Trono Masculino do Amor
 Sincretismo: São Bartolomeu
Cor: as 7 cores do arco-íris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul claro, índigo e violeta
Símbolo: Serpente, Arco-Íris.
Pontos da Natureza: cachoeiras ou rios com correntezas fortes
Flores: Flor do campo coloridas, hortência

Elemento: Água
Saudação: Arrobobô

 

 Xangô/Sangò
 

 Trono Masculino da Justiça
Sincretismo: São Jerônimo
Cor: Marrom, branco e vermelho
Símbolo: Machado
Pontos da Natureza: Pedreira
Flores: Cravos Vermelhos e brancos
Elemento: Fogo
Saudação: Kawô Kabeciele




Egunitá

Trono Feminino da Justiça
Sincretismo: Santa Sara Kali
Cor: Laranja
Símbolo: Espada, raio
Pontos da Natureza: Campo aberto, pedreira
Flores: Flores do campo laranjas, lírios laranjas
Elemento: Fogo
Saudação: Kali Yê!



Yansã

Trono Feminino da Lei
 Sincretismo: Santa Bárbara
Cor: Amarelo e vermelho
Símbolo: Raio, chifre de búfalo, adaga de cobre, Espada
Pontos da Natureza: Pedreiras e caminhos
Flores: Palmas amarelas, vermelhas, rosas amarelas e vermelhas, tulipas
Elemento: Ar
Saudação: Eparrey!

 

 

Ogum

Trono Masculino da Lei
Sincretismo: São Jorge
Cor: Vermelho, azul, prata
Símbolo: Espada e escudo
Pontos da Natureza: Caminhos, campos, estradas
Flores: Cravo vermelho
Elemento: Ar
Saudação: Ogum Yê, Patacori Ogum!

 


Yemanjá/Yemonjá

 Trono Feminino da Geração e da Vida
Sincretismo: Nossa Senhora dos Navegantes
Cor: Azul celeste, cristal, branco
Símbolo: Lua, ondas, peixes
Pontos da Natureza: Mar
Flores: Flores brancas,
Elemento: Água
Saudação: Odo iyá, Óh doce Yabá

 


Omulu

Trono Masculino da Geração
 Sincretismo: São Roque
Cor: Roxo, o branco, o preto e o vermelho juntos e o branco e o preto
Símbolo: O cruzeiro do cemitério, a foice, a terra; as pipocas; a palha da costa.
Pontos da Natureza: Lagos, águas profundas, lama, porta dos cemitérios, pântanos.
Flores: Crisântemos

Elemento: Terra
Saudação: Atotô



Nanã Burukù/Nanã Burukê

Trono Feminino da Evolução
 Sincretismo: Nossa Senhora Santana
Cor: Lilás
Símbolo: Chuva
Pontos da Natureza: Lagos, águas profundas, lama, cemitérios, pântanos.
Flores: Todas as flores roxas

Elemento: Água
Saudação: Saluba Nanã

 

Obaluayê/Obaluayè


Trono Masculino da Evolução
 Sincretismo: São Lázaro
Cor: Preto e branco
Símbolo:  O cruzeiro, a cruz e a palha da costa.
Pontos da Natureza: O cemitério (a calunga pequena) e o mar (a calunga grande)
Flores: Crisântemos (de cor branca e ou lilás), violetas, flores do campo e margaridas
Elemento: Terra
Saudação: Atôtô (Significa “Silêncio, Respeito”)


quarta-feira, 26 de março de 2014

Criação do Mundo - Mitologia Egípcia

   

 Antes que existisse o ar, a terra ou mesmo o céu, havia somente água, turbulenta e borbulhante, da qual surgiu Rá, o primeiro deus. Rá transformou-se em um novo elemento no cosmo: o sol. Mas a carência de outra vida logo lhe pesou e, em comunhão com a sua própria sombra, gerou uma filha, Tefnut. Ela também era um novo elemento: a umidade.

E Shu, o outro filho de Rá, tornou-se o ar. Por sua vez, eles também tiveram seus próprios descendentes, Geb e Nut (a terra e o céu). Logo foi estabelecida toda uma ordem cósmica. Contudo, essa ordem veio acompanhada de desafios não previstos.

Assim, Rá viu-se forçado a travar batalhas diárias com a serpente Apep pelo controle da atmosfera. Contando com a ajuda da esposa e filha Bast (deusa dos gatos e da fertilidade), Rá lograva êxito na maioria das vezes. Mas nos dias em que Apep vencia, havia sempre tempestades e mau tempo.

Esse era tão somente o começo daquilo que Rá teria de enfrentar. Em certa ocasião, as frustrações de dominar uma população humana que se dava a queixas e rebeliões levaram Rá, em um acesso de ira, a arrancar um dos seus olhos e atirá-lo à terra. O olho transformou na deusa da vingança, chamada Sekhmet, uma força tão destrutiva contra a humanidade que Rá, cheio de remorso, teve de chamá-la de volta usando um estratagema. Rá ordenou aos seus vassalos que produzissem milhares de barris de cerveja. A cerveja seria misturada com suco de romã para parecer sangue das vítimas humanas de Sekhmet, sendo usada para inundar o campo ao redor de sua morada terrena. O intento teve êxito. Quando Sekhmet emergiu novamente para terminar de dizimar a humanidade, ela viu seu reflexo no lago vermelho repulsivo, enamorou-se dele e bebeu a mistura, caindo no sono, permanecendo inofensiva. O resultado foi tão bom que posteriormente ela desposou Ptah, o deus absoluto da criação. E mais tarde, ironicamente, ela se transformou em Hator, deusa do amor e da celebração.

A responsabilidade por todo o cosmo começava a minar a vitalidade de Rá. Como envelhecia, Rá buscou um substituto para suas obrigações de zelar pela terra. O substituto viria a ser seu neto, Osíris.

Osíris, assim como Ísis, Set e Neftis, veio ao mundo em decorrência da união de Geb e Nut. Contudo, quando Rá passou o domínio do mundo às mãos de Osíris, ocorreu a primeira rivalidade entre irmãos na história do cosmo. E que rivalidade!

Osíris havia sido um ditador benevolente — sob seu comando os egípcios tornaram-se um povo civilizado. Mas seu irmão Set (o deus do caos e das tempestades) estava enciumado pelo presente concedido a Osíris e o matou. Ele construiu um baú primoroso, ofereceu uma festa e disse aos seus filhos que aquele que coubesse no baú poderia tê-lo para si. Mas ele havia construído o belo baú tendo em mente apenas Osíris. Quando Osíris entrou no baú, Set o selou e seus comparsas o deitaram no Nilo, na esperança de que nunca mais tornariam a vê-lo.

Assim, Osíris fora o primeiro deus da história a morrer e tornou-se o primeiro deus do mundo inferior. Quando Neftis contou à sua irmã Ísis sobre o assassínio, Ísis mergulhou em profunda tristeza, pois Osíris era não só seu marido como também seu irmão. Ela encontrou o corpo e conseguiu ressuscitar Osíris e juntos tiveram um filho chamado Hórus. Mas Set não tardou em descobrir isso e, colérico, retalhou Osíris em 14 pedaços, espalhando as partes pelo Egito de modo que nem Ísis poderia juntá-los. Anúbis, o inventor do embalsamamento e filho de Osíris, realizou o funeral na grande pirâmide.

Set passara a ser então o senhor do mundo e em virtude de sua inclinação ao caos e à violência, parecia que todas as boas obras de Osíris seriam desfeitas em breve. Comentava-se até mesmo que Set tramava usurpar o lugar de seu pai Rá.

Em conseqüência disso, Rá e Hórus convocaram um grande exército para tomar o poderio de Set. Eles convocaram Tot, deus da sabedoria e da verdade, que transformou Hórus em um disco solar com um calor tão intenso que confundiu as tropas de Set, que se destruíram mutuamente. Mas o próprio Set não podia ser encontrado em lugar nenhum. Ele escondera-se a uma grande distância, onde estaria livre para criar outra força para derrotar Rá e Hórus.

Mas não chegara a realizar seu intento. E, com a posterior derrota, Hórus retalhou Set do mesmo modo como havia sido feito com seu pai. Assim, Hórus passou a comandar o mundo e abriu o precedente para os faraós que o sucederam.


segunda-feira, 24 de março de 2014

Lendas de Oxumaré - Como Oxumaré se tornou rico e respeitado


Oxumaré era, antigamente, um adivinho (babalaô). O adivinho do rei Oni. Sua única ocupação era ir ao palácio real no dia do segredo; dia que dá início à semana, de quatro dias, dos yorubás. O rei Oni não era um rei generoso. Ele dava apenas, a cada semana, uma quantia irrisória a Oxumaré que, por essa razão vivia na miséria com sua família. O pai de Oxumaré tinha um belo apelido. Chamavam-no “o proprietário do chalé de cores brilhantes”. Mas tal como seu filho, ele não tinha poder. As pessoas da cidade não o respeitavam. Oxumaré, magoado por esta triste situação, consultou Ifá. “Como tornar-me rico, respeitado, conhecido e admirado por todos? Ifá o aconselhou a fazer oferendas. Disse-lhe “que oferecesse uma faca de bronze, quatro pombos e quatro sacos de búzios da costa.”
No momento que Oxumaré fazia estas oferendas, o rei mandou chamá-lo. Oxumaré respondeu: “Pois não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia.” O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumaré, recriminou-o e negligenciou, até, a remessa de seus pagamentos habituais. Entretanto, voltando à sua casa, Oxumaré recebeu um recado: Olokum, a rainha de um país vizinho, desejava consultá-lo a respeito de seu filho que estava doente. Ele não podia manter-se de pé. Caía, rolava no chão e queimava-se nas cinzas do fogareiro. Oxumaré dirigiu-se à corte da rainha Olokum e consultou Ifá para ela. Todas as doenças da criança foram curadas. Olokum, encantada por este resultado, recompensou Oxumaré. Ela ofereceu-lhe uma roupa azul, feita de rico tecido. Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo, sobre o qual Oxumaré retornou à sua casa em grande estilo.

Um escravo fazia rodopiar um guarda sol sobre sua cabeça e músicos cantavam seus louvores. Oxumaré foi, assim, saudar o rei. O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe: “Oh! De onde vieste? De onde saíram todas estas riquezas?” Oxumaré respondeu-lhe que a rainha Olokum o havia consultado. “Ah! Foi então Olokum que fez tudo isto por você!” Estimulado pela rivalidade, o rei Oni ofereceu a Oxumaré uma roupa do mais belo vermelho, acompanhada de muitos outros presentes. Oxumaré tornou-se, assim, rico e respeitado. Oxumaré, entretanto, não era amigo de Chuva. Quando Chuva reunia as nuvens, Oxumaré agitava sua faca de bronze e a apontava em direção ao céu, como se riscasse de um lado a outro. O arco-íris aparecia e Chuva fugia. Todos gritavam: “Oxumaré apareceu!” Oxumaré tornou-se, assim, muito célebre.

Nesta época, Olodumaré, o deus supremo, aquele que estende a esteira real em casa e caminha na chuva, começou a sofrer da vista e nada mais enxergava. Ele mandou chamar Oxumaré e o mal dos seus olhos foram curados. Depois disso, Olodumaré não deixou mais que Oxumaré retornasse a Terra. Desde esse dia, é no céu que ele mora e só tem permissão para visitar a Terra a cada três anos. É durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas.”