"Um Ariano,impulsivo, decidiu fazer uma casa. Independente de tudo, ele
decidiu que faria de qualquer jeito. Seu nome era Sou. Com sua energia
exuberante - Sou é muito enérgico, e com seu tom afirmativo, conseguiu
um cara do signo de Touro, chamado Quero.
Quero, muito afetuoso, recebeu bem o projeto de Sou e aceitou participar
por que viu que era possível realizá-lo. Então, Quero dedicou-se
obstinadamente a colocar em prática o projeto da casa.
E a casa começou a crescer sob a liderança de Áries e a objetividade,
dedicação e paciência, do Touro, que almejava uma casa bela, porém,
muito sólida e que durasse toda a vida. Por conhecer seu espírito
possessivo, é que Touro sabia que, depois de estar fixo ali, ele
dificilmente mudaria para outra casa.
Um dia surge um sujeito chamado Penso, do signo de Gêmeos. Muito
comunicativo, ele chegou ao Sou e ao Quero perguntando sobre tudo: a
casa, eles, o projeto e etc. Logo demonstrou interesse em morar com eles
e trabalhar na casa, dizendo-se muito adaptável e apenas um pouco
disperso e avoado. Os outros aceitaram sua adesão e com o tempo notaram
que ele não pegava muito no martelo, mas era muito inteligente e
preferia o trabalho intelectual, ficando assim, encarregado dos cálculos
e desenhos do projeto.
Uns dias depois, o Penso sugeriu aos outros que uma amiga do signo de
Câncer fosse morar e trabalhar com eles. Penso alegou que precisavam de
uma Canceriana para zelar pela casa e sua conservação. Também pelo fato
dela ter aguçado instinto maternal já iria protegê-los também. Todos
gostaram da idéia de ter mãe sensível e diligente dentro de casa e ela
foi aceita. Seu nome era Sinto.
Outro dia, o vizinho do lado veio se apresentar. Os quatro já sabiam de
sua fama de pessoa honrada e nobre. Seu nome era Ouso e era do signo de
Leão. Ele ficou todo orgulhoso quando soube que os vizinhos tinham boas
referências dele. Na verdade, ele veio procurar os vizinhos para
presenteá-los com quadro pintado por ele mesmo - o leonino é muito
criativo; para que decorassem a casa quando ficasse pronta. Assim, Ouso
deu provas de que era muito generoso. Os quatro notaram uma disposição e
uma atividade muito grande no seu jeito de se comportar e resolveram
convidá-lo para ajudar na construção da casa. Ele juntou-se ao grupo e
logo tomou uma posição de dirigente, assumindo o comando das obras de
uma forma um tanto autoritária.
Na semana seguinte, todos estavam trabalhando quando apareceu um sujeito
do signo de Virgem, chamado Analiso. Ele se aproximou da casa e ficou
observando detalhadamente. Começou a fazer, em voz alta, uma analise
meticulosa da obra, revelando acentuado espírito crítico. Falou que os
tijolos estavam mal assentados, que a argamassa era ruim, que as peças
prontas estavam mal pintadas, etc. Sempre criticando, entrou na casa
semi construída e começou a botar as coisas organizadamente em seus
devidos lugares. Assim fazendo, colocou mais ordem no canteiro de obras.
A principio, todos se indignaram com sua intromissão, principalmente o
Ariano que quis expulsá-lo dali. Porem, o Geminiano Penso sugeriu que
esse seu espírito crítico poderia ser de muita utilidade para a
conclusão perfeita da obra. Todos concordaram e resolveram convidá-lo
para participar da construção da casa. Ele aceitou. Com o tempo os
outros descobriram que ele era muito serviçal e, assim sendo, trabalhava
com afinco em suas funções.
Um dia depois, houve uma grande discussão entre Sou e Analiso. Sou
queria pintar o muro de vermelho vivo e o Analiso saltou, dizendo que
isso iria espantar até o carteiro. Então, estourou o maior bate-boca. O
Sou se exalta e briga facilmente, e o Analiso é muito nervoso!
Nisso, surgiu uma mulher muito bela, chamada Equilíbrio, do signo de
Libra. Com muita diplomacia, aproximou-se dos dois e pediu que tivessem
calma. Falou que se mantivessem uma conversa equilibrada, chegariam a um
ponto comum, que se harmonizaria com seus anseios individuais.
Cantou-lhes uma canção que falava em justiça - revelando-se uma artista;
e fez um alerta que todos os outros também iam escolher a cor do muro e,
portanto, discutiam sem necessidade e sem reconhecer o direito dos que
trabalhavam com eles. Todos gostaram muito de sua intervenção e
convidaram-na para construir a casa com eles. Ela ficou muito indecisa
em aceitar ou não, mas acabou ficando, movida por seu espírito de
cooperação.
Alguns dias se sucederam até que, uma tarde, um homem do signo de
Escorpião, chamado Calo,
aproximou-se da casa e de forma incisiva veio
falar com o Ariano Sou, supondo ser ele o líder do grupo, que queria
trabalhar com eles. Sou perguntou qual a atividade dele. - Cirurgião,
respondeu ele. Também estudo ocultismo e psicologia. Porém, ando
sentindo necessidade de trabalho mais braçal para descansar minha
cabeça. Como moro aqui na frente e observo vocês, resolvi trabalhar
nesta casa também.
Sou, Quero, Penso, Sinto, Ouso, Analiso e Equilíbrio reuniram-se e
aceitaram que ele participasse. Com o tempo, Calo introduziu noções de
Arqueometria no projeto arquitetônico da casa e transformou
completamente a idéia inicial dos que fizeram este projeto. Também se
tornou o administrador da casa e reorganizou tudo outra vez. Calo era um
sujeito frio e silencioso, procurando se envolver principalmente com
Equilíbrio. Na verdade, Calo se aproximou do grupo por que nutria uma
paixão intensa pela Bela Equilíbrio e não hesitou em mentir a razão de
uma aproximação, por que para ele somente interessava estar perto dela.
Não importando os meios que tivesse que usar para realizar seu desejo.
Tinha um ciúme feroz de Sou, com quem a Libriana mantinha relações
superficiais.
Numa terça-feira cheia de sol, uma amiga de Penso veio visitá-lo. Seu
nome era Vejo e o

seu signo, Sagitário. Era uma pessoa muito alegre e
expansiva, vindo logo beijando e abraçando a todos. Usando tênis e
abrigo, parecia uma pessoa muito esportiva e feliz. Quando viu o
trabalho que eles estavam fazendo, ficou empolgada e começou a elogiar o
valor de uma vida em comunidade, de um modo um tanto exagerado. Falou a
todos, de uma maneira filosófica e até profética, que mais importante
que terminar a casa era o crescimento interior de cada um, pela
convivência com os outros; e que deveriam submeter-se a leis e dogmas
que preservassem vida comum, senão a sociedade poderia se
desestruturar. Revelou-lhes depois que sua aspiração é poder levar uma
vida livre e verdadeira, sem limitações de qualquer espécie, entre
pessoas que não toleram trapaça e falsidade à sua volta. Terminou
dizendo que tinha muita confiança em si mesma e que conseguiria isso
algum dia. Penso e os outros convidaram-na para ficar com eles e
empregar seus dogmas de boa convivência. Vejo aceitou ficar,
principalmente por ser uma nova aventura em seu caminho.
No mesmo dia, à tarde, um sujeito que passava sempre sozinho pela rua,
usando uma roupa escura e com ar sombrio, veio fazer uma proposta ao
grupo. Apresentou-se pelo nome de Uso e pelo signo de Capricórnio. Disse
que andou raciocinando sobre o trabalho deles e achava que deveriam
construir essa e outras casas, para terem lucro e poderem morar,
futuramente, com mais comodidade. Disse que havia calculado tudo muito
bem e, por ser responsável e disciplinado, poderia dirigir novos
empreendimentos. Todos o acharam muito ambicioso e negaram a sua
sugestão. Sinto sugeriu que ficasse para trabalhar nas condições deles.
Por que sua intuição lhe dizia que a firmeza e vitalidade de Uso
poderiam ser de grande valor entre eles. Uso, muito desconfiado daquela
proposta, foi prudente, mas aceitou. Apenas não revelou que era radical
na sua idéia de fazer novas casas e, através da intimidade com todos,
esperava impô-la lentamente.

Um sujeito chamado Sei, do signo de Aquário, veio onde todos
trabalhavam à procura de Ouso. Era um sujeito tranqüilo, vestido de
maneira excêntrica . Quando chegou no grupo, encontrou Penso dizendo
estar com dificuldades no cálculo do projeto. Sei prontamente
ofereceu-se para ajudá-lo. Mostrando-se sábio e altruísta, fez todo o
trabalho para o outro. Ouso conhecia seu espírito humanitário e fraterno
e ficou muito feliz com sua visita. Em nome dos outros, convidou-o para
ficar ali e ajudá-los na construção. Isento de preconceitos, ele falou
que qualquer função lhe serviria, faxineiro ou projetista. Disse que era
muito dinâmico e, por isso, renderia bastante no trabalho. Disse ainda
que era uma pessoa muito livre e desapegada e que essa convivência iria
ser muito importante, pelo fato de ele precisar disciplinar essa
liberdade. Com o tempo, descobriu combinações incríveis de cores e
móveis, demonstrando um espírito original e revolucionário e um senso
estético muito evoluído. Era, integralmente, um sujeito muito avançado.
Analiso, um dia, consultou a todos sobre a possibilidade de convidar um
amigo para morar com eles. Disse que era um sujeito chamado Creio, do
signo de Peixes. Segundo Analiso, Creio era uma pessoa muito calma e
religiosa. Todos aceitaram e ele veio. Quando chegou, mostrou-se muito
simpático e compassivo para com Ouso, que tinha se machucado. Mas,
principalmente era crédulo e impressionável, por que levou a sério
quando Ouso disse que um caminhão havia passado no seu dedo, por isso, a
ferida. Todos riram do seu ar compreensivo e ele, humildemente,
reconheceu sua credulidade simplória. Acabou ficando com eles e nunca
mais apareceu outro morador."
Autor desconhecido
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